Próstata Aumentada

Próstata Aumentada ou Hiperplasia Prostática Benigna

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição que afeta os homens, principalmente aqueles com mais de 50 anos. Ela dificulta o ato de urinar e afeta a qualidade de vida de milhões de homens no mundo. A HPB é um tumor não-canceroso e que possui tratamentos eficazes, inclusive tratamentos não-cirúrgicos. O homem que sofre de hiperplasia prostática benigna não tem predisposição para desenvolver câncer de próstata.

A causa da próstata aumentada não está bem definida porém sabemos que torna-se muito mais frequente à medida que os homens envelhecem, especialmente depois dos 50 anos de idade. Provavelmente envolve alterações causadas por hormônios, incluindo a testosterona e, especialmente, di-hidrotestosterona (um hormônio relacionado à testosterona). 

A hiperplasia prostática benigna causa problemas urinários no homem pois a próstata é uma glândula que está localizada logo abaixo da bexiga no sistema reprodutivo masculino. Ela envolve uma parte da uretra, que é o canal que transporta a urina da bexiga até sua eliminação. A HPB se desenvolve quando as células da próstata crescem, aumentando o tamanho da glândula, ao aumentar bloqueia a passagem da urina pela uretra, ao mesmo tempo que pressiona a bexiga e aumenta a vontade de urinar. Este aumento acontece lenta e gradualmente. A maioria dos homens descobrem que estão com hiperplasia prostática apenas com o tamanho da próstata aumenta o suficiente para causar sintomas. O mais comum deles é a diminuição do jato urinário devido a compressão da uretra.

Uma das complicações é a infecção urinária pois quando não se consegue esvaziar completamente a bexiga, há a proliferação de bactérias na urina residual. Além disso, se não for tratada, também pode causar dano ao sistema urinário, como a perda de capacidade de contração da bexiga, resultando na incontinência urinária. Nos casos graves, até os rins podem ser afetados. Por isso, é importante o diagnóstico precoce e tratamento adequado o mais rápido possível.

Devido ao aumento da próstata há o bloqueio do fluxo de urina, então os sintomas mais observados é dificuldade ao iniciar a micção, sentimento de que não esvaziou a bexiga totalmente, diminuição do jato urinário, dor ao urinar e às vezes aparecimento de sangue na urina.

Para realizar o diagnóstico, primeiramente, o médico realiza o toque retal para verificar se houve o aumento da próstata. Uma amostra de urina deve ser examinada (urinálise) para confirmar que não há infecção ou hemorragia. Após o exame de toque retal, os médicos geralmente realizam um exame para medir o nível de antígeno específico da próstata (PSA) no sangue. O nível de PSA pode ser elevado em homens com HPB e também em homens com câncer da próstata. 

Outros exames que podem ser solicitados é a urofluxometria, que consiste em urinar em um aparelho que mede o volume e a frequência do fluxo de urina. Após a urofluxometria, é realizado um ultrassom da bexiga para determinar o quanto a bexiga foi esvaziada. Ambos os testes ajudam a diagnosticar a presença e gravidade da obstrução urinária.

Em caso de suspeita de câncer de próstata, pode ser realizada uma ultrassonografia transretal (USTR) para ajudar a identificar a presença de câncer através de uma biópsia. E por fim, para excluir outras possíveis causas das alterações urinárias, como a estenose uretral, o exame de cistoscopia pode ser realizado.

O tratamento da próstata aumentada é indicado naqueles casos em que há o surgimento de sintomas ou complicações incômodas, como infecções, sangue na urina, cálculos. Pode ser tratamento medicamentoso ou cirúrgico.

Medicamentos: são utilizados como primeira tentativa, Bloqueadores alfa-adrenérgicos relaxam certos músculos da próstata e da saída da bexiga e podem melhorar o fluxo de urina. Alguns medicamentos podem bloquear os efeitos dos hormônios masculinos responsáveis ​​pelo crescimento da próstata, reduzindo a necessidade de cirurgia ou outros tratamentos.

Cirurgia: A cirurgia oferece um alívio dos sintomas e são realizadas através da introdução de instrumentos na uretra que irão destruir o tecido da próstata. As opções são:

  • Calor das micro-ondas (termoterapia transuretral de micro-ondas ou hipertermia);
  • Agulha (ablação transuretral com agulha);
  • Ondas de radiofrequência (vaporização por radiofrequência);
  • Ultrassom (ultrassom focalizado de alta intensidade; não aprovado nos EUA para o tratamento da HPB);
  • Vaporização elétrica (eletrovaporização transuretral);
  • Com laser;
  • Ressecção transuretral da próstata (RTUP), esta técnica possui um risco alto de complicações.

Dr. Valter Cassão

Urologista pela USP

CRM 129443

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