Urologia para Mulheres

Muitas pessoas acreditam que a especialidade de urologia é exclusiva de homens. Porém, além de cuidar e tratar questões do sistema reprodutor masculino, o urologista também atua em questões relacionadas com o trato urinário de homens, mulheres, crianças e idosos. As mulheres são mais atingidas por infecções urinárias em comparação com os homens, e grande parte da população feminina não sabe qual é a especialidade adequada para diagnosticar e tratar de forma adequada as patologias.

Os principais problemas tratados pela urologia feminina são:

1. Infecção Urinária
2. Incontinência Urinária
3. Cistite Intersticial
4. Bexiga Hiperativa
5. Pedras nos Rins

Por que a mulher deve procurar um urologista?

Muitas doenças do trato urinário podem demorar a ser diagnosticadas e devem ser tratadas o quanto antes para evitar complicações. Para ter um diagnóstico assertivo e receber o tratamento mais adequado deve-se consultar um especialista. E neste caso, o urologista é o especialista para cuidar das condições do sistema urinário. É necessário conscientizar a mulher da importância da urologia feminina e incentivar a procura por essa especialidade desde a puberdade.

Infecção Urinária

A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população geral. Geralmente, as mulheres são mais acometidas devido a menor extensão anatômica da uretra do que os homens e pela proximidade da vagina e ânus. Porém, os homens também são atingidos, principalmente quando há doença prostática associada.

É considerado que há presença de infecção no trato urinário quando o agente infeccioso na urina apresenta quantidades superiores a 100.000 unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro de urina (ufc/ml). A ITU pode ser classificada como cistite, quando afeta o trato urinário baixo, ou pielonefrite quando afeta também o trato urinário superior.

Na cistite, há geralmente dor ao urinar, urgência para urinar, aumento da frequência do desejo de urinar, e dor na parte inferior do abdômen. Em alguns casos pode ocorrer alterações no odor, aspecto e cor da urina. Diferente da cistite, a pielonefrite apresenta febre alta (superior a 38°C), associada a calafrios e dor lombar de um ou de ambos os lados. Geralmente, a pielonefrite se inicia após um quadro de cistite.

A infecção pode ser causada por bactérias ou fungos. Cerca de 70% a 85% dos casos é causada pela bactéria Escherichia coli, seguido por outros tipos como o Staphylococcus saprophyticus e o Enterococcus faecalis. Já quando adquirida em ambiente hospitalar, os agentes são bastante diversificados, predominando as enterobactérias, embora a E. coli também seja uma das mais frequentes.  

No caso da cistite, geralmente são necessários os exames de rotina de urina rotina, urocultura e antibiograma, os dois últimos exames permitem identificar qual a bactéria que está causando a infecção e qual antibiótico ela é sensível. Estes dois últimos exames permitem saber qual a bactéria específica está acometendo o paciente, e a qual antibiótico ela é sensível. 

No caso da pielonefrite, além destes exames já citados, podem ser necessários outros exames, como hemocultura e exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética). 

A escolha do tratamento depende da identificação se é cistite ou pielonefrite. Depende também da pessoa afetada (idosos, mulheres gestantes, adultos, crianças), do agente infeccioso, e da própria evolução do quadro clínico. Portanto, para decisão do tratamento, o médico baseia-se em dados laboratoriais e clínicos.

Entre os fatores que aumentar a probabilidade do desenvolvimento de infecção urinária, podemos citar:

  • Sexo feminino;
  • Menopausa;
  • Higienização íntima inadequada antes e após o ato sexual;
  • cálculo renal;
  • Alterações na próstata;
  • Histórico de procedimentos urológicos, e de uso recente de sonda vesical;

A cistite não tratada adequadamente pode evoluir para pielonefrite. Se não tratada corretamente, o quadro pode se tornar grave, podendo levar à sepse e óbito.

Prevenção da infecção urinária

  • Ingira bastante líquido, de preferência água;
  • Não demore para urinar, caso tenha vontade;
  • Urine e faça higiene prontamente após a relação sexual;
  • Lave as mãos antes e após urinar e/ou evacuar;
Incontinência Urinária

A incontinência urinária é a perda de urina que você não consegue controlar. É um dos principais exemplos de disfunção miccional, e as causas do problema precisam ser investigadas pois não se trata apenas de um problema físico, pode afetar aspectos emocionais, psicológicos e a vida social das pessoas. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), uma em cada 25 pessoas pode sofrer de disfunções miccionais ao longo da vida. Entre as mulheres, 40% delas podem começar a perder urina de maneira involuntária após a menopausa, enquanto 8% dos homens que precisaram remover a próstata também podem apresentar a alteração.

Muitas pessoas acreditam que a incontinência urinária é um problema normal que surge com o envelhecimento, mas não é bem assim. Sua causa pode ser identificada e controlada e tratada da maneira correta com o urologista. 

Incontinência urinária de esforço: consiste na perda de urina ao realizar algum movimento como tossir, espirrar, caminhar, correr, pular. Isso ocorre porque os músculos do assoalho pélvico são forçados durante esforço físico e se tornam enfraquecidos ou alongados demais. Para esse, o tratamento recomendado seria a fisioterapia ou em alguns casos cirurgia.

Incontinência urinária de urgência: é a perda de urina associada a uma vontade muito grande de urinar, que ocorre quando o indivíduo não consegue chegar ao banheiro a tempo. Neste caso, o músculo que forma a bexiga se contrai involuntariamente mesmo se a bexiga não estiver cheia. Essa condição pode ser tratada de muitas formas, como medicamentos, fisioterapia e implantes de estimuladores elétricos nas raízes nervosas.

Incontinência urinária mista: existem casos que a pessoa possui os dois tipos de incontinência urinária. Para esses casos são realizados exames urodinâmicos que são mais específicos para ajudar na escolha do tratamento.

Incontinência urinária paradoxal: consiste na incapacidade de esvaziamento da bexiga, ocorre em pessoas que perdem a sensibilidade da bexiga e não percebem que ela está cheia. Neste caso, ocorre a perda de urina por transbordamento. O tratamento para essa condição será focado em melhorar o esvaziamento da bexiga.

– comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
– gravidez e parto;
– tumores malignos e benignos;
– doenças que comprimem a bexiga;
– obesidade;
– tosse crônica dos fumantes;
– quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
– bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
– procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino.

A incontinência urinária pode ser detectada através de exames como a urinálise e cultura de urina, exames de sangue da função renal, volume residual pós-micção e exames urodinâmicos. O exame urodinâmico inclui a cistometria, que consiste em avaliar a taxa de fluxo urinário. O exame é realizado com a introdução de um cateter pela uretra até a bexiga, o médico mede o quanto de água pode ser injetada na bexiga até a pessoa desenvolver uma sensação de urgência ou contrações da bexiga.

Os tratamentos envolvem o uso de medicamentos que relaxam o músculo da parede da bexiga e aumentam o tônus do esfíncter. Também há a possibilidade de modificar a ingestão de líquido, realizar treinamento da bexiga e exercícios dos músculos pélvicos.

Cistite Intersticial

Inflamação na bexiga que pode ser consequência de uma infecção urinária. Geralmente, os sintomas são dor na região e dificuldade de urinar. O tratamento será definido dependendo da gravidade do caso, podendo ser necessário realizar cirurgia.

Bexiga Hiperativa

Vontade incontrolável de urinar, fazendo com que a paciente vá ao banheiro a todo momento. Essa condição pode gerar uma infecção ou incontinência urinária.

Pedra nos Rins (Cálculo Renal)

O cálculo renal, também conhecido como pedras nos rins, caracteriza-se pela formação de massas sólidas resultante do acúmulo de pequenos cristais de sais nos rins ou nas vias urinárias. O movimento dessas pedras em alguma parte do trato urinário pode provocar dores intensas que começam nas costas e irradiam para o abdômen e podem também causar fortes enjoos. O tratamento pode ser medicamentoso, a fim de dilatar as vias urinárias para que a pedra seja expelida ou cirúrgico. Qualquer que seja o tratamento, o médico responsável é sempre o urologista.

 

Os cálculos renais são formados dentro dos rins e dependem de uma concentração alta de cristais na urina. Sendo assim, as principais causas de sua formação são: a pouca ingestão de água, o que deixa a urina muito concentrada; ingestão de comidas com muito sal e proteínas e bactérias decorrentes de episódios recorrentes de infecção urinária.

Existem dois casos, o do paciente que a pedra no rim não se movimenta e o caso de cólica renal, que acontece quando a pedra sai do rim e entope o ureter. No primeiro caso, pode ocorrer dor na região lombar crônica, de um lado das costas, associado com infecções de urina de repetição e sangramento na urina.

Já o quadro de cólica de rim é um quadro agudo, que acontece de repente, com uma dor muito forte na região lombar. Junto com a dor podem vir náuseas, vômitos e febre. É uma dor muito intensa, que geralmente só melhora com medicação na veia.

As condições que fazem com que as pessoas sejam mais suscetíveis ao cálculo renal são: obesidade, diabetes, histórico na família e morar em uma localidade quente. Além disso, ter uma alimentação ruim e pouca ingestão de água aumenta a chance de desenvolver as pedras nos rins.

Primeiramente, é realizado o exame físico e colheita do histórico dos pacientes. Para realizar o diagnóstico o médico solicita uma tomografia de abdômen e pelve, sem contraste; e raio-x de abdômen e pelve nos casos de crianças, gestantes e para o acompanhamento de pessoas com cálculo renal.

É uma condição que atinge pessoas de diversas idades, seja crianças, adultos ou idosos. A chance de uma pessoa ter um cálculo renal é de 12% na vida, ou seja, 1 em cada 8 pessoas vai ter um cálculo renal em algum momento da vida. Mulheres são mais propensas a desenvolver o cálculo renal em comparação com os homens.

O primeiro ponto a ser tratado é a dor da cólica renal, que é muito intensa e deve ser tratada com urgência. A definição do tratamento depende de alguns fatores, como sintomas do paciente, quantidade, tamanho e localização das pedras nos rins. Uma vez avaliado esses pontos, o médico urologista pode seguir apenas com o acompanhamento periódico das pedras ou em alguns seguir com a cirurgia para remoção das pedras. Hoje em dia, a cirurgia é realizada por procedimentos minimamente invasivos, seguros e eficientes.

O cálculo renal é uma doença que se você já teve uma vez, pode voltar facilmente, portanto, é necessário agir preventivamente. A principal medida é aumentar a ingestão de água por dia. A quantidade ideal diária depende do peso, para saber quantos litros você deve beber por dia, multiplique 35mL pelo seu peso corporal. O resultado é a quantidade que você deve ingerir de água por dia. É possível monitorar se a hidratação está sendo feita de maneira correta quando a urina estiver amarelo claro, quase transparente. Se a urina estiver amarelo escura, significa que ela está mais concentrada, logo, precisa de uma maior quantidade de água.

No início as pedras no rins passam imperceptíveis até aumentar de tamanho ou se mover para os ureteres. A cólica renal é um sinal que a pedra evoluiu e está entupindo o canal do ureter. Se não for tratado pode levar a perda de função renal de forma irreversível. Por isso, em caso de algum sintoma procure um urologista o quanto antes para avaliar o seu caso e indicar o tratamento mais adequado.

Dr. Valter Cassão

Urologista pela USP

CRM 129443

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